Olá, meu nome é Letícia Miyamoto. Está no ar mais um AmatoCast pelo canal do Instituto Amato. E agradeço mais uma vez o carinho da sua audiência e participação aqui com a gente para falar sobre tudo o que envolve qualidade de vida. Nos últimos episódios nós recebemos convidados especiais. Falamos mais uma vez sobre dores nas pernas, só que de um jeito um pouquinho diferente. E antes, sobre dermatologia além da estética. Hoje nós, novamente, recebemos um convidado especial. Antes de dar as boas-vindas, eu vou apresentar um pouquinho mais do currículo do nosso convidado. E vocês já estão vendo aí no título, que o tema de hoje é mitos e verdades sobre a saúde mental. A gente vai abordar um pouco de tudo. E o nosso médico de hoje é o médico-psiquiatra, o doutor Marcos Ramos. O doutor Marcos Ramos possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, residência médica em Psiquiatria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a PUC, e especialização em Dermatologia pelo Hospital Ipiranga. Bem-vindo, doutor. Obrigado. Obrigado pelo convite. Foi difícil a gente conseguir acertar aí uma data, como tantos outros também médicos especialistas, mas quando a gente consegue, é muito legal. A gente já estava conversando aqui nos bastidores, que a gente vai poder citar um pouco sobre tudo, desvendar alguns mitos aí que as pessoas têm sobre algumas doenças daquelas mais famosas. Enfim, o que você acha de mais interessante que a gente vai poder citar? Sim, eu acho que o mais interessante nesse momento é a gente ter uma conversa para entender quando se procurar um psiquiatra, o que é a saúde mental, quando se tem uma alteração de saúde mental, colocar de uma maneira coloquial, fácil de entendimento, para diferenciar o que é patológico e o que é normal. Afinal de contas, todo humano fica triste, fica ansioso, fica irritado, fica preocupado, isso é da natureza humana, e isso não determina a busca de um profissional. Então, eu acho que a gente devia caminhar nesse sentido. Sim, e doutor, não sei qual é a sua opinião sobre isso, mas hoje nas redes sociais, na internet, ainda mais as pessoas cada vez mais novas, acaba virando, não sei se essa palavra é certa, mas uma espécie de moda, alguém contar sobre algum tipo de doença, algum tipo de tratamento, e algumas que são realmente mais conhecidas que a gente vai citar, que todo mundo fala, às vezes até num tom de brincadeira, como se tivesse, ah, não, preciso tomar meu remédio ali, preciso usar tal remédio para poder levar uma vida normal, entre aspas que a gente até estava brincando, o que é o normal de fato, ou pelo menos uma rotina mais estável, enfim. Você acredita que as redes sociais e a internet às vezes fazem, levam as pessoas a acreditar, ou ter uma tendência ali a imaginar que tem algum tipo de condição, ou piorar essa condição, você acha que influencia? Sim, o paciente ele vem para o consultório já enviesado num assunto, por causa do que ele tem acesso na internet, mas eu vejo também isso como um lado positivo, a saúde mental era tratada muito como um estigma, e às vezes essa informação que chega via internet, via educação, psicoeducação que a gente fala, facilita a busca de um profissional quando de fato há um problema, mas principalmente quando a gente está trabalhando com um assunto que está na moda, que está em voga, isso daí às vezes pode, eu não vou dizer prejudicar, mas pode fazer com que o profissional tenha que ter mais jogo de cintura para trabalhar com esse paciente que vem com essas agendas, com conteúdos do momento para discussão. E às vezes é exatamente isso, a pessoa acreditou tanto que tem aquilo, que começam até a falar os sintomas ou explicar o que tem, baseado no que viu, baseado no que acha ali na internet que alguém contou. A gente costuma brincar que se você pegar um estudante de psiquiatria, de psicologia, de neurologia, quando ele está estudando emoções e comportamentos, ele acha que ele tem tudo, porque se começa a pensar em tudo que você lê, coisas que você apresenta no dia a dia, ou aquela tia apresenta, namorada apresenta, começa a diagnosticar todo mundo. E na verdade vai muito além o diagnóstico. É, com certeza. A gente vai falar também um pouquinho sobre o diagnóstico, algumas coisas de tratamento, você falou sobre essa fase de estudo, inclusive eu queria aproveitar e te perguntar, como que foi essa escolha? Você sempre quis ser médico, já era aquela criança que estava decidida a fazer medicina, na escola já estava decidida, inclusive de especialidade, como que foi? Eu vou te dizer que foi uns 60% pelo desafio, e uns 40% pela aptidão. Eu sempre tive grande admiração por quem tem uma aptidão para determinada área. Eu gostava de medicina, tinha o desejo de fazer, mas o desafio de fazer para mim era muito importante. Eu era um bom aluno, eu acreditava que seria um desafio muito grande, quando eu cheguei lá vi que tinha outros tão bons ou melhores que eu. Mas foi ótimo, foi uma experiência ótima na faculdade, depois a especialização, como toda área, acredito, tem muito vastas as possibilidades, foi difícil a escolha, fiquei entre psiquiatria e dermatologia, no final acabei escolhendo as duas. E são muito diferentes, né? Sim, em comum o que elas dividem é alguma parte dela tem a mesma origem embrionária, ou ectoderma. Então esse é um assunto mais específico, mas quando o embrião está se formando existem células embrionárias que são tanto do tecido nervoso central, quanto do tecido cutâneo, que é a da perna. Entendi, então uma coisa, uma doença, por exemplo, dermatológica pode estar ligada também a algo, é psíquico que fala? Psíquico. Psíquico. Sim. Inclusive, para que fique bem claro, você tem a especialidade das duas, não é que começou ali e decidiu trocar pela psiquiatria, você chegou a fazer? Sim, eu fiz a residência médica da psiquiatria, fiz posteriormente a especialização em dermatologia, mas me mantive dentro da psiquiatria. Na dermatologia tive a possibilidade de trabalhar bastante com psicodermatose, mas a minha área de atuação de fato é a psiquiatria, é que eu posso entender um pouco mais para esses quadros clínicos relacionados à pele que eventualmente aparecem no consultório. Isso que eu ia perguntar, se é comum, porque a gente... É comum? É comum. Na verdade, se você for pensar em psicodermatoses primárias, não é tão comum. Psicodermatoses primárias seria a tricotilomania, não sei se você já ouviu falar, a gente pode tocar a respeito da tricotilomania, dermatite artefata, desmorfobia, delírio de parasitose, são alguns exemplos. Agora, 30, 40% dos pacientes que estão passando por um dermatologista, de uma maneira ou de outra vai ter uma relação com as emoções, ou porque ele pode se sentir desconfortável com a lesão da pele, ou quando ele está emocionalmente pior, ele pode ter uma alteração por via psico-neuroimune e piorar o quadro dermatológico, então tem uma relação bem íntima os dois. Bem legal, inclusive eu já vou pegar uma sugestão aqui pra gente fazer o próximo episódio, citando essas doenças que estão ligadas a doenças dermatológicas com a sua parte da psiquiatria, porque eu acho que tem muito assunto pra gente falar sobre isso, e mesmo pra quem as vezes não tem, ou não tem ninguém ali próximo que está procurando o assunto, tenha o interesse, a curiosidade em saber um pouquinho sobre isso, acho que tem bastante pra gente conversar. E no seu consultório, o que é mais comum de aparecer entre todas essas que a gente vai citar, com certeza transtornos de humor e transtornos de ansiedade. Eu atendo somente adultos, então eu atendo muito humor e ansiedade, aparece alguma coisa de quadro psicótico, de TDAH, autismo, mas assim muito humor e ansiedade. Eu não trabalho especificamente com dependência química, nem com demências, que é mais da psiquiatria geriátrica, mas também aparecem, enfim. E personalidade, que é um tipo de transtorno que é muito subdiagnosticado. Sim, são essas mais conhecidas também, os nomes assim. E pra quem tem alguma dúvida, procurou o episódio porque as vezes está em dúvida de algum tipo de doença, diagnóstico, ou alguém da família que acredita que a pessoa precisa dessa ajuda, quando que de fato, doutor, essa pessoa precisa procurar, ir direto no psiquiatra, precisa passar por outro especialista antes, como que é a recomendação pra isso? Porque a gente sabe, como a gente citou nas redes sociais e na internet, a dúvida as vezes a pessoa sempre tem. Eu, por exemplo, a gente já consegue listar algumas coisas, falar, ah, me acende o alerta pra isso, aquilo, mas quando que os sintomas são gritantes pra quando a doença realmente existe? Sim, como a gente estava falando antes sobre o compromisso que se podcast tem com qualidade de vida. O principal motivo pra buscar um profissional é o comprometimento da qualidade de vida. Como eu estava falando aqui no começo, na introdução, que tristeza, ansiedade da natureza humana, a gente não pode confundir, fazer um tratamento psiquiátrico vai livrar a gente das dores da vida. Quando há prejuízo na qualidade de vida, sobretudo nas relações interpessoais, com o outro, na vida biológica, se não começa a funcionar direito, biologicamente, socialmente, psicologicamente, daí você precisa buscar ajuda. Ter uma tristeza, ter uma fossa, ficar mais ansioso, mais preocupado com alguma coisa, viver o luto, que é uma coisa muito natural. Tudo isso demanda tratamento. Quando você busca tratamento, quando isso daí está trazendo um prejuízo relevante na tua qualidade de vida. E tem um tempo também, por exemplo, uma tristeza normal, digamos assim, é uma tristeza que vem e vai? Uma tristeza que é mais resistente? Sim. Tempo e intensidade são coisas que são indicadores. A depressão tem que estar presente pelo menos por duas semanas, direto. Então, assim, cada quadro clínico tem um tempo mínimo. Tem uns que tem que ter seis meses, tem uns que são de desenvolvimento, como o TDAH e o autismo, então, aparecem na infância e caminham ao longo da vida, mesmo que o diagnóstico só venha na idade adulta, você consegue, fazendo uma discussão sobre a vida da pessoa, você identifica que já existiam alguns marcadores, alguma coisa que determinava o quadro. Mas isso é muito... Cada quadro clínico tem um tempo aí que determina. E quem passa por uma situação assim, que está acompanhando e passa, ou tem alguém na família, a gente sabe que também é difícil não só para quem passa, mas para quem convive com pessoas que têm algum tipo de doença, enfim, até eu te perguntar aqui que eu coloquei, que eu fiquei na dúvida, eu anotei para te perguntar sobre isso. Transtorno e doença, antes de fazer minha próxima pergunta. Tem uma diferença entre eu falar transtorno e doença ou é a mesma coisa? Doença, a gente sabe identificar de fato o que que gerou ela. E busca-se um desfecho, preferencialmente a cura. O transtorno, não. Então, em saúde mental, praticamente tudo que a gente fala em saúde mental, fala-se em transtornos. Desde os transtornos emocionais, transtornos de desenvolvimento, transtornos de dependência, nós temos uma série deles. Isso já basicamente responde a minha próxima pergunta sobre se tem cura ou não. Então, doença é algo que poderia ser curada? Que tem um desfecho. Não necessariamente a cura. Não necessariamente a cura, mas a gente sempre vai buscar a cura. O transtorno, a gente usa mais o termo tratamento. Tem tratamento. Isso não determina que a pessoa vai ter que usar remédio pro resto da vida. Ou que ela vai ter que usar grandes dosagens de medicação pelo resto da vida. Ela pode eventualmente reduzir ou até suspender a medicação, de acordo com a evolução clínica dela, com o tipo de quadro clínico. Mas a gente fala em tratamento. Mas um transtorno, a pessoa nunca deixa de ter o transtorno. Ela pode achar formas de melhorar. Sim, e isso tem muito a ver com a origem. Os transtornos, a psiquiatria, uma coisa que eu acho legal falar é que a psiquiatria, ela traz a baila, uma coisa que tá presente quase tudo na medicina, mas em saúde mental a gente percebe muito. Que é a multifatoriedade pra você desenvolver o quadro clínico. Então, isso pra explicar de uma maneira mais fácil é o seguinte. São vários fatores pra ter desenvolvido. Ninguém fica deprimido ou vai ter um toque porque quer. É a tendência genética, é o uso de substâncias, às vezes, não tô falando de substância ilícita, um medicamento pode ter impacto, alterações físicas, por exemplo, hormonal pode ter relação e invariavelmente em relação com o meio. Então, problemas interpessoais como eu falei, com outras pessoas, um luto que se prolonga, problemas no trabalho, numa relação, escolha do que se faz. Então, isso acaba tendo algum impacto. Pode entregar tílios, né? Então, assim, essa associação de fatores tá relacionada com o desenvolvimento de um quadro psiquiátrico. É, essa é uma pergunta também, porque na minha pesquisa aqui sobre o assunto, eu escutei muito, vi muito a palavra doenças multifatoriais, né? Que tem vários fatores, ou seja, que levam a pessoa a desenvolver a doença, ou seja, o transtorno. Mas, o que seria, de fato, esse multifatorial? Você explicou agora, mas pra que fique bem claro. Então, a minha dúvida é uma pessoa, ela pode estar destinada a ter uma doença, como por exemplo, pelo fator biológico, genético, ou se ou mais, o que pesa mais? Acho que essa é a pergunta certa, né? Se a pessoa, algo ali, já que vem dos pais, avós, tudo mais, ou algo que a pessoa, da forma que ela tá enxergando a vida, da forma que ela tá levando a vida ao meio do trabalho, enfim. Ela pode não deflagrar o quadro. Ela tem uma genética favorável em não deflagrar. Então, tá tudo associado, como eu tinha falado. As experiências de vida, eventualmente o uso de substâncias, alguma alteração física, por exemplo, doenças, principalmente as hormonais tem uma relação grande hum é é assomatória pra você desenvolver. E o que, assim, acho que, não sei se a pergunta poderia ser certa, né? De o que de fato pesa mais. Então, isso mesmo que a pessoa tenha uma, então ela pode evitar essa seria a palavra, pode evitar. Acho que isso que é importante a gente dizer, formas de prevenção também. Sim. Um dos tópicos que eu acho mais interessante dessa conversa seria a gente conversar sobre isso. Conversar o que pode ser feito pra se evitar desenvolver um quadro psiquiátrico, um quadro emocional, ou mesmo tentar reduzir os sintomas. É Pra falar disso daí, eu acho interessante falar sobre tratamento, que é o seguinte, tratamento saúde mental. Os três principais pilares é o tratamento psiquiátrico clínico, farmacológico, o tratamento psicoterápico e o tratamento e a parte do tratamento que tem a ver com a própria pessoa, que é a rotina diária. Buscar uma rotina que te traga benefício, que te favoreça pra que você não desenvolva o quadro clínico. Então, ter bons hábitos, buscar uma rotina equilibrada, você se comprometer com ela, a resiliência nesse processo é muito importante. Então, fazer atividade física, ter boa noite de sono, hidratar direito, se alimentar direito, ter relacionamentos saudáveis, buscar um ambiente doméstico no trabalho que seja o mais salutar possível, tudo isso vai ajudar você ter uma saúde mental mais acontento, vamos dizer assim. É, isso também acaba levando já a uma outra pergunta, eu queria saber, às vezes pode ser algo mais polêmico, mas qual é a sua opinião sobre o uso dos remédios pras pessoas que tomam já há bastante tempo, ele consegue sustentar sozinho, digo, sem esses outros pilares, não é possível? Não. Tem que ser assomatório, só a medicação não vai dar sustento suficiente, a gente tem que buscar, eu acho, eu insisto muito nisso, hoje se fala muito sobre medicina de estilo de vida, sobre a mudança comportamental, eu estimulo muito isso, é uma luta, porque se você for olhar pra dentro, você vê que você não consegue fazer tudo direito, você fica às vezes fazendo coisa do trabalho até tarde, não se alimenta direito na correria do dia a dia, não se hidrata necessariamente o que você precisa, às vezes eu sento pra atender quando eu vou ver, passei o dia e não levantei pra ir no banheiro, então assim, não é fácil nem pra você, nem pra mim, nem pra ninguém, mas buscar uma rotina de vida equilibrada é essencial no tratamento, não é só a medicação e não é só a terapia. E a dependência dos medicamentos, quando a gente fala de saúde mental, envolve muito essa parte dos medicamentos, de quem usa já, a gente estava até falando nos bastidores sobre isso, de fato, tem situações que acaba sendo necessário ou quando já vira dependência, aquilo precisa mudar, aquela pessoa não pode mais ficar tomando aquele remédio que ela não consegue mais viver sem, que não toma há muitos anos. Então, isso depende de qual classe de medicação ela está fazendo uso. Tem os medicamentos que causam dependência química, aqueles famosos tarja-pretas, esses medicamentos são pra usos pontuais, mas de fato tem pacientes que desenvolvem dependência, já vem aí com um vício do uso do medicamento, às vezes a gente tem até que considerar o que a gente chama de dependência terapêutica, que são pacientes que você pega uma senhora de 70, 80 anos de idade, que toma 30 anos um tranquilizante numa dose baixa, que não mudou a dose até hoje, você vai tentar tirar, ela vai desregular, então tem situações que fica difícil a gente suspender, mas a gente na prática diária, uma boa prática, você foge da dependência, você procura não prescrever medicamentos que causam dependência, o que acontece é que alguns medicamentos que estão trazendo benefício, se são parados de uma hora pra outra, o paciente vai sentir desconforto, por quê? Porque ela ainda não está no momento bom pra se suspender ou reduzir a dosagem, e faz a redução abrupta, e o medicamento age a nível de neurotransmissor, e ele vai sentir algum desconforto de parar abruptamente. Tá, entendi, é porque eu achava que até poderia ser um objetivo mesmo do médico psiquiatra ali, tirar ou reduzir esses remédios, mas é de pessoa pra pessoa, de situação pra situação, inclusive a gente citando formas de prevenção, que é um grande objetivo, que evite que as pessoas passem por qualquer uma desses quadros, muita gente comenta sobre a necessidade, a importância, como ver a diferença ali na vida sobre terapia, inclusive as formas de terapia, daria um episódio só pra falar sobre isso, as diferentes formas de terapia, tratamento, mas de fato você acha que quando a pessoa não tem nenhum problema ali diagnosticado, nenhuma doença, nenhuma condição, existe a necessidade como forma de prevenção, fazer a terapia útil nesse sentido? Olha, eu diria o seguinte, autoconhecimento ele é importante pra evolução psíquica da pessoa, então a terapia, ela não é só pra quem tá precisando de um tratamento psiquiátrico, psicológico, a terapia ela é interessante como uma ferramenta de autoconhecimento e transformação, independente de você ter um quadro clínico ou não, quadros clínicos emocionais, de comportamento, vão se beneficiar do tratamento psicoterapico isolado, podem se beneficiar do tratamento farmacológico isolado, mas preferencialmente eles associados têm um resultado melhor, então independente, eu diria que a terapia é independente de você ter um quadro psiquiátrico você fazer uma psicoterapia mas as abordagens são as mais diversas, tem que encontrar um ambiente que você se sinta empático com o terapeuta, livre de julgamento e que você sim, dentro daquele tipo de abordagem, você se sinta confortável sempre vai ser interessante porque às vezes tem esse preconceito, eu vejo principalmente entre os homens também, não sei se no seu consultório é a percepção que você tem, mas parece que as mulheres estão mais abertas a esse tipo de prevenção tratamento, enfim, com a terapia, com a psicologia mas com os homens, é a sua opinião também ali no consultório que os homens costumam ter essa resistência? Acho que tem um pouco mais de resistência, vamos dizer assim talvez um pouco mais, mas eu acho que isso tem muito a ver também com essa esse pensamento mais antiquado de que o homem tem o bastião e que ele que tem que segurar a onda mas isso aí já está caindo para o terra está ficando para trás. É, que não pode chorar desde crianças às vezes tem essas Então isso daí já está eu acho que até já ficou por terra já há algum tempo, mas é um processo E no seu consultório, você vê que tem uma resistência das pessoas aceitarem o diagnóstico que a gente está falando, a gente até pode começar a entrar um pouquinho mais nas condições específicas mas tem uma resistência das pessoas aceitarem o diagnóstico ou é uma forma de alívio? Ouvi, olha, você tem tal coisa e é isso que você vai tomar Então essa pergunta é ótima porque é o seguinte, existem diagnósticos que causam mais aversão a pessoa se sente mais desconfortável em entender que ela possa ter um diagnóstico dessa natureza e existem diagnósticos que não, que eu diria que não é uma aversão que causa mas traz à tona algum desconforto e tem diagnósticos que são libertadores que a pessoa se sente ela se compreende melhor a partir disso Então é isso que acontece comigo, eu não sou um ser do outro planeta existem outros como eu Sim, inclusive o primeiro que vem na cabeça pra gente começar a entrar mais de forma específica em alguns tópicos é a depressão que a gente até estava falando de novo nos bastidores que acaba sendo mais comum, não sei se também de fato tem estudos que mostram, mas assim que as pessoas, a primeira vez que você, a primeira hora que você pensa sobre alguma doença, algum problema que envolve a psiquiatria, você já pensa em depressão Falando em saúde mental, o principal motivo de afastamento do INSS é entrar no INSS, como falam e afastamento é a depressão A depressão é um transtorno de humor Os transtornos de humor eles, vamos dizer os dois mais conhecidos é o transtorno depressivo maior, que a gente chama de depressão e o transtorno afetivo bipolar, TAB, como se fala A depressão ela se manifesta, eu vou falar de uma maneira bem coloquial, não pelos critérios diagnósticos da DSM-5 ou do CID-11 que são os códigos que a gente usa pra definir a depressão De maneira coloquial, ela tem a ver com afeto deprimido Então a pessoa pode apresentar não exatamente todas essas características, mas depressão é tristeza, desânimo falta de vontade, falta de prazer pode ter alteração do sono do apetite, da libido um predomínio de pensamentos negativos Então assim isso a gente encontra quando o afeto tá deprimido O transtorno afetivo bipolar já é diferente existe uma variação de humor que chama atenção, todo mundo varia o humor tem dias que você tá melhor, dias que você tá pior uma variação que foge a normalidade ela é mais intensa mais mais longa no tempo tem uma duração mais longa, então quando tá deprimido é como a depressão quando ela tá no outro polo, que a gente chama no polo eufórico de hipertemia ela fica com aumento de energia com pensamento acelerado ela pode se perder nos pensamentos, ficar inconveniente pode ficar mais impulsiva gastos sexualmente então existe dentro do transtorno afetivo bipolar o tipo 1 e o tipo 2 o tipo 1 é quando tá num estado de euforia, é uma euforia franca, intensa pode inclusive chegar a quadro psicótico de perder a noção e tem o bipolar tipo 2, que é um quadro de hipertemia, uma euforia mais leve além desses, como se fala em transtorno de humor a gente também poderia falar de ciclotemia que é um bipolar mais bem mais levinho, bem menos intenso vamos dizer que ele não preenche totalmente os critérios diagnósticos pra um transtorno afetivo bipolar e aí o que que muda por exemplo, que esse nome é diferente a ciclotemia ele tem uma variação de humor também, mas que não é tão intensa pra preencher os critérios diagnósticos de um episódio depressivo franco, um episódio eufórico franco e esses diagnósticos, doutor, são todos clínicos? depende do médico ali avaliar como que tá sendo a partir dos sintomas, dos relatos, escutar o paciente ou tem algo que pode um exame, por exemplo, que confirma esse tipo de diagnóstico diagnóstico é clínico, esse é o grande problema da psiquiatria a gente não não é uma coisa palpável a gente depende da apresentação do paciente e do relato existem estudos, mas no dia a dia, o diagnóstico é absolutamente clínico e aí depende ali de médico pra médico costuma ter essa divergência assim também? é interpretativo tem diagnósticos, por exemplo, que demoram muito pra gente chegar até ele, por exemplo que a gente pode abordar mais a frente sobre TEA, TDAH ele não é um diagnóstico que se dá de sopetão, principalmente porque quando chega no adulto geralmente são aqueles quadros mais atípicos que a gente chega no consultório que você vê que vem sendo empurrado, ninguém diagnosticou direito e você demora pra chegar a fazer esse diagnóstico porque tem muitas apresentações semelhantes entre os transtornos e os de humor são mais comuns, assim, de ser diagnosticada, eu digo mais fáceis, acho que essa é a palavra mais fáceis de ter a confirmação ali pro médico fáceis acho que não seria a palavra mas como são mais frequentes acaba virando uma coisa que você tem mais contato os transtornos de humor e os de ansiedade entendi, e dentro dessas chavinhas que a gente criou por exemplo, transtornos, a gente não que é bem definido, mas que a gente está citando dessa forma, transtornos de humor, por exemplo, da depressão e a bipolaridade, costuma aparecer quem é diagnosticado com depressão é mais fácil que também seja com bipolaridade elas estão ligadas, isso a gente chama isso de comorbidades sim, existe, primeiro que existe uma relação bastante forte com tendência genética, sobretudo quando se fala em transtorno de humor no bipolar, e não necessariamente um filho de bipolar, de uma pessoa que tem um transtorno afetivo bipolar vai ter também bipolaridade, ela fica com uma probabilidade maior de ter um transtorno de humor, de repente ela pode ter uma depressão mas existem quadros comorbitos principalmente quando se fala entre humor, personalidade e ansiedade eu acho que a ansiedade por ser um fator de desconforto ela acaba se relacionando com o humor quase sempre, porque assim, todo desconforto crônico pode levar uma pessoa para um quadro depressivo imagina uma pessoa que está ficando surda ou que tem uma dor crônica ou que é assediado no trabalho diariamente vive um relacionamento tóxico, isso gera uma ansiedade, isso gera uma dor que eventualmente pode levar a um quadro depressivo sim, e muita gente acha que a depressão e a ansiedade costumam aparecer ali juntas não necessariamente pelo menos na internet do que as pessoas têm mais conhecimento dos leigos, que a gente até falou, uma conversa para os leigos que não são especialistas no assunto costumam ver semelhança pelo menos dessa forma do lado do paciente e tem essa divisão igual, transtorno de humor, transtorno de ansiedade como você citou aí agora o de ansiedade tem várias formas que aparece até coloquei alguns aqui para a gente citar alguns nomes que eu nem tinha escutado nesse termo, como por exemplo transtorno de ansiedade generalizada transtorno do pânico que é a síndrome do pânico, doutora? o que eu acho que é assim primeiro entender o que é a ansiedade a ansiedade é essencial para o ser humano se não existisse ansiedade, nem eu, nem você estaria aí se não existisse ansiedade, o homem das cavernas ele ia olhar para um dinossauro ia ficar, para um dinossauro, dinossauro não estava na época deles, mas para um mamute ia ficar olhando, ia ficar parado e não ia se mexer, então ansiedade é a resposta ao estresse ele via o mamute e ele corria ou atacava, então a ansiedade é importante para a sobrevivência do ser humano quando que ela começa a virar um problema? quando ela é constante quando ela é constante, vamos dizer como eu falei, falando de uma maneira coloquial sobrecarrega a pessoa e daí ela pode desenvolver vários transtornos que estão dentro do espectro dos transtornos de ansiedade então o primeiro que você falou, TAG transtorno de ansiedade generalizada então aquela pessoa que tem uma insegurança que chama atenção medo, a ansiedade propriamente dito, a angústia que é aquele desconforto no peito é uma linguagem mundial para todo mundo quando vai falar de angústia, colocar a mão no peito aquele desconforto pode caminhar com sintomas físicos adrenérgicos que a gente chama, que é boca seca, tremor coração bate mais forte a respiração fica mais difícil a pessoa suspira mais então isso é o transtorno de ansiedade generalizada daí você falou sobre síndrome do pânico síndrome do pânico é como se essa ansiedade que a gente está falando do TAG viesse pontualmente, bem forte a pessoa tem um desconforto tão grande que ela sente que ela vai ter um treco ela vai ter um piripaque ela vai ter um infarto é um desconforto físico bem intenso dura alguns minutinhos, passa e ela vem pontualmente ela pode levar a pessoa a começar a evitar situações que ela associa ao desenvolvimento do quadro, por exemplo, lugares cheios lugares muito vazios lugares todos fechados queram ver uma porta de saída ela começa a evitar esses lugares dentro disso a gente pode falar também sobre transtorno de estresse pós-traumático, que é uma pessoa que passa por uma situação traumatizante, por exemplo um sequestro um acidente uma situação, por exemplo que aconteceu no sul da enchente, na Minas no sul da enchente em Minas, deslizamento uma situação dessa natureza fobia social, que daí é uma dificuldade de ficar com pessoas, se sentir desconfortável se sentir julgado avaliado observado, e essa pessoa não se sentir confortável em lugares cheios fobias específicas você já deve ter visto, pessoa que tem medo de avião medo de aranha medo de palhaço, tem todo tipo de fobia específica e o toque também entra nessa lista? o toque, ele está dentro dos transtornos de ansiedade mas eu não colocaria ele exatamente nesse espectro o toque, ele está com um pezinho, ele não é um transtorno psicótico, mas está chegando lá então é um quadro que cursa com pensamentos obsessivos, ruminações obsessivas e comportamentos compulsivos rituais compulsivos então é aquela pessoa que tem, por exemplo, um ritual de limpeza ela fica lavando a mão o dia inteiro quando você vai ver, ela tem até feridas na mão porque ela lava o dia, não é lavar uma hora ou outra é o tempo todo se ela não lavar, algo de ruim pode acontecer, por exemplo ou de verificação ou de organização de contar coisas então tem mais variado tipo de apresentação esses são bem assim alguns que a gente escuta mais falar como eu citei, o toque, por exemplo, a gente sabe como funciona, dormindo pânico, apesar de ter alguns pontos ali que são interessantes, mas a definição basicamente as pessoas costumam conhecer, mas o ponto é, doutor ansiedade, hoje, quem que não tem porque, assim, pelo menos um pouquinho dessa sensação, acho que isso que é difícil das pessoas entenderem, quando que de fato é algo que precisa de ajuda, que está nessa lista por exemplo, algo que precisa até de um remédio de um tratamento mais específico com psiquiatra, ou quando é algo que a pessoa mesmo consegue controlar, acho que é essa a minha pergunta dá pra você tentar controlar sozinho antes de levar, tomar um remédio enfim, dá pra você sair dessa situação sozinho ou basicamente quando você já está nesse já tem o quadro, depende de um remédio daqueles pilares que a gente estava falando porque o que eu quis dizer de todo mundo ter, até desculpa te interromper, mas o que eu quis dizer de todo mundo ter não é ter o diagnóstico é ter aquela sensação de ansiedade, ainda mais as pessoas mais novas, falo pela minha faixa de idade, etária de 20 aos 30 anos, a gente tem muito mais responsabilidade, aquela correria aquela cobrança de você ter uma vida mais saudável, de você ter um sucesso profissional, enfim e aí juntando tudo isso, pelo menos eu vejo muitas pessoas tendo essa sensação e dizendo, ah eu sou uma pessoa ansiosa eu estou ansiosa e às vezes é uma forma da boca pra fora entre aspas, de falar, e é isso que eu queria entender, quando que de fato existe a necessidade de uma ajuda profissional, e se a pessoa consegue sair disso sozinha, só mudando ali os pensamentos, a rotina bom, sobre a busca de um profissional, eu acho como eu falei, eu não vou entrar muito nos critérios diagnósticos propriamente ditos mas pra simplificar volta no que a gente conversou, é tudo uma questão de qualidade de vida, se é uma ansiedade que não está gerando prejuízo na tua vida biológica você não está perdendo sono assim, você pode perder eventualmente, mas não está o tempo todo perdendo sono não está mexendo com a tua vida psíquica, social você não está tendo um prejuízo suficiente pra isso não há necessidade de você buscar ajuda você busca ajuda quando? quando existe prejuízo quando você está tendo dificuldade o que se pode fazer pra diminuir? como eu estava falando aquela ukelepilada rotina diária buscar relaxamento exercícios respiratórios o centro respiratório bubar no cérebro é justo aposto com o centro de ansiedade então quando você oxigena melhor você controla melhor a ansiedade por exemplo, yoga, muito interessante nesse sentido que yoga é é exercício muscular de flexibilidade mas sobretudo respiratório eu não vou saber falar muito sobre yoga, mas eu sei que trabalha muito a respiração então quando você oxigena melhor, você fica menos ansioso, então buscar relaxamento buscar conviver de maneira mais natural com o ósseo você falou sobre os jovens de hoje em dia, a gente tem uma coisa hoje que está mantendo a gente ligado o tempo todo o que é? celular, mídias então assim eu acho que daqui a pouco o principal problema que vai existir na humanidade vai ser problema na cervical na coluna cervical, todo mundo com a cabecinha abaixada mexendo no celular então assim, a gente não não aproveita o ósseo, a gente precisa aproveitar esses momentos de relaxamento de tranquilidade então assim, a gente pode buscar ter bons hábitos mas as vezes o quadro, como eu falei existe caráter genético associado então são vários deles que estão associados para que você desenvolva o quadro quando você vai buscar ajuda é porque o desconforto está trazendo prejuízo então essa é a forma de determinar sim as vezes até na correria mesmo das pessoas na rotina vai deixando passar, e aí quando vai ver já é algo que virou, existe isso também doutor, por exemplo, uma evolução desses que a gente citou, até voltar aqui por exemplo, um transtorno de ansiedade generalizada, que não é tratada pode virar um transtorno do pânico um síndrome do pânico está tudo dentro de um espectro, não diria virar mas pode começar a apresentar também não é que um é pior que o outro entendi é que ele pode estar dentro do espectro ele pode apresentar em um determinado momento ele pode ter coisas que deflagram desenvolver um toque sim então assim a ansiedade está demandada com a depressão é possível aparecer associada ou não, e ela pode ao longo do tratamento, se apresentar de formas diferentes agora acho que a gente pode ir para os psicóticos os transtornos psicóticos, que tem alguns interessantes pra gente citar, tem algumas dúvidas também, algumas perguntas pra te fazer esquizofrenia, acho que é legal a gente passar pelo menos pra entender o que de fato é esquizofrenia quais são os primeiros sinais e o que que leva a pessoa a ser diagnosticada como que funciona, doutor? olha, de uma maneira mais simplificada sobre transtornos psicóticos, o que eu diria é o seguinte, primeiro existe o quadro psicótico primário e o secundário, o secundário ele é um quadro pré-existente por exemplo, uma pessoa com uma depressão ou com um transtorno afetivo bipolar, o toque que ele pode caminhar muito nesse sentido ele pode desenvolver um quadro psicótico até mesmo um transtorno de personalidade, pode evoluir com um quadro psicótico, o que que acontece no quadro psicótico, a pessoa perde o contato com a realidade então, não totalmente, parcialmente mas ela pode começar a ouvir vozes fevudos, que são as alucinações pode ter delírios, por exemplo, se sentir perseguida, sentir que estão falando a respeito dela, pode ter um embotamento afetivo, que é ficar mais apática ela não apresenta nem de fato uma depressão, nem de fato uma euforia, então assim os quadros psicóticos secundários podem ser secundários a quadros como esses como eu estava falando, e o primário o principal que a gente pode falar é a esquizofrenia que é a cisão com a realidade, cisão do eu um quadro não tem cura um quadro que ele, uma vez diagnosticado você pra sempre vai ser esquizofrênico mas há controle com a medicação entendi, e entre todos os transtornos, os psicóticos são considerados os mais difíceis? diria mais difícil eu acho que quadros de desenvolvimento que são diagnósticos na infância que não foram diagnosticados na infância e chegam na idade adulta, eles são mais vamos dizer, amorfos não são tão típicos as vezes a esquizofrenia é muito típica quando você atende um esquizofrênico mas assim eu não colocaria com mais difícil talvez junto com o transtorno de humor as vezes tem uns bastante refratários ao tratamento mas não mais difícil e tem alguma forma de prevenção pra esses psicóticos, tirando aquele que a gente falou que pode levar ao desenvolvimento se não tratado uma outra pessoa aí o caráter genético é muito mais é uma coisa que por exemplo a gente poderia colocar como um fator bem forte pra deflagrar é o uso de substâncias psicoativas uso de drogas, é uma coisa que facilita muito o desenvolvimento do quadro doutor, e tem algum outro transtorno psicótico que você vê bastante no seu consultório que você acha importante a gente passar? sim, tem quadros transitórios que eles não preenchem critérios diagnósticos, mas esquizofrenia são quadros que eles são mais limitados no tempo que a gente tem uma boa resposta não é todo o quadro psicótico que é determinante que a pessoa vai apresentar sintomas psicóticos pro resto da vida entendi, então tem como a esquizofrenia é algo que é controlada mas que não é considerada a cura não palavra correta, como a gente falou não existe cura, mas é um quadro que determina uso de medicamento ao longo da vida então doutor, agora é transtorno de desenvolvimento tem alguns que a gente escuta muito falar que são mais comuns TDH, TDH é outro que muitas pessoas falam, eu tenho um nível de TDH mas também qual que é realmente os sinais, quais são os sinais de que a pessoa de fato tem TDH, existe um diagnóstico para isso, e apareceu aqui também o que eu deixei na minha lista pra te perguntar, o transtorno do espectro autista, o autismo são dois temas que eu acho que vale a pena a gente citar esses dois temas estão hoje muito em voga eu acho que é importante isso existir a necessidade desses dois quadros clínicos estarem no spot como estão hoje principalmente para políticas públicas eu acho isso muito importante mas se por um lado eles eram subdiagnosticados no passado, hoje a gente corre o risco de estar tendo um hiperdiagnóstico nesse sentido, o que eu quero dizer com isso, passava-se muitos quadros clínicos no passado sem tratamento, e agora parece que estão diagnosticando demais, a ponto de às vezes você pegar um professor, por exemplo, que passa com você em consultório e ele fala pra você assim, de 22 alunos, eu tenho uma classe pequena, 22 alunos 9 tem diagnósticos de TDAH ou de autismo então assim, foge do que se pensa em epidemiologia epidemiologia é o estudo que vê a prevalência quanto aquelas doenças estão presentes num grupo ou uma humanidade que seja no tamanho que seja o grupo enfim o TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Imperatividade ele é um diagnóstico clínico a gente pode usar de alguma ferramenta pra ajudar a gente no diagnóstico como um teste neuropsicológico que é uma neuroavaliação feita por um psicólogo mas o diagnóstico ainda é clínico a pessoa geralmente chega com aquela queixa dificuldade de atenção, concentração existem algumas apresentações que a gente percebe de dificuldade de aceitar regras sociais uma tendência de delinquência em alguns casos então assim o TDAH tem essa parte e na parte de concentração apresenta essas coisas em relação a atenção e a concentração e tem a questão da hiperatividade, que não é necessariamente ir num paraquedas mas as vezes é ele ficar se mexendo, batendo a perna então a hiperatividade pode se manifestar dessa forma numa situação social que se esperava que ele ficasse com um comportamento mais calmo e parado para poder estar mais agitado e se movimentando então isso é o TDAH transtorno do espectro do autismo que antigamente a gente separava em autismo e ásperge hoje é uma coisa só dividido em níveis, 1, 2 e 3 e isso é bastante interessante porque assim as pessoas entram em contato com esse diagnóstico que é daquela pessoa que tem uma dificuldade de socializar de entender regras sociais de entender as vezes uma expressão do outro tem uma sensibilidade maior a barulho a toque e ela vai em busca do diagnóstico e as vezes a gente percebe que a busca do diagnóstico é positiva é para um autoconhecimento é para a pessoa se entender e se abraçar mas muitas vezes ela se limita pelo diagnóstico então eu acredito que ter colocado tudo dentro de um espectro ele teve um caráter positivo principalmente em relações a políticas públicas como eu estava falando mas as vezes eu me preocupo que pessoas que são no nível 1 de suporte, ela se limite pelo diagnóstico níveis mais elevados de suporte são aquelas pessoas que tem dificuldade de neurodesenvolvimento de comunicação, que precisa de um cuidado muito maior então é um diagnóstico hoje que ele está muito ali na agenda mas porque precisava ganhos sociais eram importantes nesse sentido o acesso a informação traz as vezes a confusão porque tem muita coisa que se apresenta em outros quadros clínicos de maneira muito semelhante a TEA e ao TDAH, como os transtornos de personalidade e tem também, existe isso doutor? por exemplo, ser um nível tão alto de TDAH que pode se confundir com autismo? o que pode acontecer é a comorbidade das duas juntas é relativamente comum a comorbidade das duas você ter uma porque tem algumas coisas que são muito semelhantes nos dois o hiperfoco a dificuldade de socializar mas é diferente, até essa apresentação, geralmente é diferente você percebe que no TEA no autismo, é uma dificuldade de entender as regras sociais e no TDAH, não é uma dificuldade no entendimento das regras sociais é não aceitar as regras quebrar as regras sociais então assim há a presença dos dois associados doutor, por exemplo, o autismo, a gente falou bastante as vezes tem mais diagnósticos do que tinha antes, as vezes um diagnóstico a mais do que realmente poderia ter antes mas e o lado contrário, existe também de pessoas que poderiam receber o diagnóstico e não receberam porque vai da avaliação do médico sim, sim, é por desinformação e por preparo eu diria o seguinte eu já falei sobre a dificuldade de se fazer esse diagnóstico sobretudo no adulto geralmente ele é feito na infância e as vezes passa batido e chega no adulto e a apresentação ela é muito semelhante a outras a outros transtornos psiquiátricos inclusive a comorbidade é muito comum é muito comum você ter um transtorno de personalidade e ter um TDAH associado, por exemplo eu diria que se a pessoa tem acesso a saúde de um especialista vamos dizer melhor, ou melhor de um subespecialista melhor ainda, o que eu quero dizer com isso na psiquiatria a gente tem a psiquiatria geriátrica, que é do idoso a psiquiatria da infância e adolescência, que é da criança do adolescente a psiquiatria forense, que é a parte legal então a gente tem algumas áreas específicas mas a gente não tem tanto a divisão como por exemplo um ortopedista tem aquele que trata ombro que trata quadril, que trata joelho, mas você sabe que alguns profissionais trabalham mais com determinadas áreas um psiquiatra de adulto ele está apto a atender um paciente que apresente um quadro de autismo ou de TDAH mas eu acho que são pacientes que se tiverem acesso a um profissional que ele seja subespecializado nessa nesse grupo é interessante porque a apresentação ela é muito variada não só em intensidade mas em apresentação é muito diferente isso é legal, acho que é uma mensagem importante também que a gente pode deixar, estou falando de mensagem agora porque eu estou vendo que o nosso tempo praticamente estourou, então eu vou pegar doutor essa parte aqui dos transtornos de personalidade pra gente falar na parte 2, pode ser? aí a gente fala também um pouquinho sobre a sua especialidade em dermatologia como que a gente consegue unir as duas condições, duas formas que se manifesta na vida das pessoas tanto na dermatologia como na psiquiatria e mitos e verdades, que é um tema que as pessoas gostam bastante de acompanhar pra quem já acompanha há bastante tempo sabe como funciona, eu reúno algumas perguntas que as pessoas fazem na internet, aqueles trending topics, e aí eu te faço olha, isso é mito ou verdade? aí você consegue também esclarecer algumas coisas sobre esses tópicos só pra finalizar então doutor, eu vou deixar pra você responder essa pergunta no próximo episódio sobre tudo que envolve os transtornos de personalidade e como que de fato, que essa é a mensagem que a gente estava dizendo logo no início, de como que impacta na vida das pessoas a forma ou de prevenção que vai evitar acontecer algo no futuro ou o não diagnóstico, não tratamento também, como que pode impactar na vida dessa pessoa, então eu vou deixar essa resposta pro próximo, pra deixar uma pontinha aí de dúvida a gente já vai deixar o link pra vocês conseguirem acompanhar, antes de tudo doutor, pra quem não vai conseguir ou não vai deixar pra assistir depois, já passa por favor alguma rede social que você queira passar ou alguma forma pra te encontrar, algum site o que você preferir, se quiser passar também endereço que a gente citou aqui no início a gente vai deixar todas as informações na descrição, mas pode citar também bom, eu atendo em YouTube atendo em Sorocaba, atendo online tá, e eu tô no Instagram, arroba insta psiquiatra legal, então a gente vai deixar aqui o acesso pra quem preferir já clicar direto, já consegue ser direcionado pro seu Instagram consegue mandar alguma dúvida lá na sua mensagem ou procurar o atendimento, que vai conseguir esclarecer tudo, mas no próximo episódio tem mais, então não deixe de acompanhar, que a gente ainda vai tirar várias dúvidas sobre esses temas doutor, muito obrigada pela sua participação aqui nesse primeiro episódio e até já já no próximo pra quem acompanha há bastante tempo sabe, mas pra quem tá chegando agora só quero fazer um agradecimento, quero agradecer aqui ao nosso patrocinador do Amatocast, do laboratório Origem o laboratório é especializado em saúde intestinal, que é onde tudo começa o foco do Origem é qualidade de vida e prevenção também não deixe de curtir, comentar e compartilhar que é muito importante pra que a gente continue trazendo aqui os nossos especialistas em qualidade de vida, se ficou alguma dúvida sobre o que a gente citou nesse episódio também manda aqui pra gente, que a gente tá sempre acompanhando, ou nas redes sociais do doutor Marcos, que a gente tá deixando o link pra vocês, muito obrigada e até a próxima, tchau!